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sábado, 28 de janeiro de 2012

Grupos folclóricos da cidade de Cabedelo

A cidade de Cabedelo tem quatro grupos folclóricos que perpetuam as tradições populares. São eles, por ordem de fundação: Nau Catarineta (1910), Lapinha de Jesus de Nazaré (1974), o Grupo Folclórico Coco de Roda e Ciranda Mestre Benedito (1976) e Boi Formoso (1996).

Nau Catarineta
Representada pela primeira vez em 1910.

A representação da Nau Catarineta, em forma de um Auto Popular, é uma dança dramática com enredo tragicômico de uma nau sem rumo. É baseada no Romance da Nau Catrineta, que é um romance popular, uma composição poética ligada à tradição oral, e uma expressão cultural característica das cidades de João Pessoa e Cabedelo.

Conhecida no Brasil como Romance da Nau Catarineta, é considerada uma obra prima da literatura popular lusitana, que realça a influência de Portugal na origem deste tipo de manifestação que há quase um século vem se apresentando na Paraíba, em especial no município de Cabedelo.

Provavelmente foi inspirado numa das viagens marítimas portuguesas, a tumultuada viagem do navio Santo António, que transportou Jorge de Albuquerque Coelho (filho de Duarte Coelho Pereira, donatário da capitania hereditária de Pernambuco), desde o porto de Olinda, no Brasil, até o porto de Lisboa, em 1565. O poema narra as desventuras dos tripulantes durante a longa travessia. Uma das versões do poema foi recolhida por Almeida Garrett e incluída em seu Romanceiro.

Os personagens da Nau Catarineta são 27: Mestre, Contramestre, 1º Tenente, 2º Tenente, Guarda Marinha, Piloto, Doutor, D. João IV, Alferes Almirante, Sargento Mar e Guerra, Saloia, 1º Guia, 2º Guia, 1º Cabo Artilheiro, 1º Marinheiro, 2º Marinheiro, 3º Marinheiro, 4º Marinheiro, 1º Garjeiro, 2º Garjeiro, Calafate, Calafatinho, Padre, Ração e Vassoura.

Dentre as diversas formas de expressão artístico-culturais do povo Cabedelense, a Nau Catarineta é considerada a mais tradicional entre as manifestações que vêm resistindo ao tempo. Algumas outras definições são encontradas para tal em outras regiões do Brasil: Cheganças, Fandango, Barca e, Marujada.

As apresentações não têm datas certas, mas geralmente estão ligadas ao ciclo junino, assim como a todas as datas do calendário religioso, além do dia do Folclore, dia da Cultura, dia de Santa Catarina, dia do Marinheiro, aniversário da cidade, etc.

A indumentária segue a tradição antiga da Barca que utilizava as cores e os modelos oficiais de Marinha Brasileira, com diferença nas insígnias para todos os personagens. O personagem D. João VI usa um chapéu de ponta à moda dos cavalheiros seiscentistas e tem maior riqueza de adereços na indumentária.

Os instrumentos musicais são constituídos de dois violões, um cavaquinho, um teclado fazendo som de bandolim e banjo, um surdo, um atabaque, além dos instrumentos de percussão: afoxé, ganzá, triângulo, guizos e queixada.

Existem três versões sobre o surgimento da Nau Catarineta em Cabedelo, não havendo unanimidade em relação à verdadeira. São elas:

A primeira diz que a manifestação popular chegou a Cabedelo em 1910 trazido por um português aposentado conhecido como Sr. Raimundo Gertrudes. Ele teria organizado a primeira Barca de Cabedelo, depois este grupo se dividiu e formou-se outro liderado por João de Tonha.

A segunda versão afirma que o primeiro grupo a se apresentar na cidade chegou em 1910, por via férrea, conduzido e dirigido por Basílio Costa, funcionário da Gret Westren, empresa concessionária inglesa.

A terceira versão relata que foi por iniciativa de um estivador chamado João de Tonha e que o auto era denominado “Nau Catita”.


Lapinha de Jesus de Nazaré
Fundado em 1974.

Esse grupo é denominado de Folclórico, e suas danças representam o nascimento de Jesus Cristo, o Natal.
Além de Cabedelo existem outras regiões onde há esse tipo de dança com outros nomes, porém existe uma com o mesmo nome em João Pessoa.





Grupo Folclórico Coco de Roda e Ciranda Mestre Benedito
Fundado em 20 de setembro de 1976.

O primeiro Coordenador desse grupo foi o popularmente conhecidíssimo Mestre José Benedito da Silva e a atual Coordenadora é a filha dele, conhecida por Dona Teca.

É formado pelos filhos, netos, bisnetos, genros e amigos do falecido Mestre Benedito. Quem puxa a brincadeira hoje é sua filha, Dona Teca. Ela conta que havia a dança do coco no lugar onde nasceu (Cruz do Espírito Santo), mas seu pai só começou a brincar de forma mais frequente quando se mudaram para Cabedelo.

Quando as filhas eram jovens, Mestre Benedito não deixava que Dona Teca e as irmãs participassem da brincadeira, mas elas fugiam para dançar um pouco quando acontecia a manifestação folclórica por perto de casa. O grupo já gravou um CD e um DVD e tem no currículo o Prêmio Culturas Populares 2007.

A perpetuação desse grupo com suas danças representa a preservação da memória cultural de Cabedelo e sua Cultura Artística Popular, na forma das danças Coco de Roda e Ciranda.

O que motivou a criação desse grupo foi algo que partiu do pai de Dona Teca, mas como ela gostava e gosta muito dessa dança/arte não deixou que a tradição cultural morresse. Assim sendo, o grupo que começou com o pai, depois passou para os filhos, os netos, os bisnetos, os tataranetos, etc.

Origens do Coco (dança)
A origem dessa dança vem desde a época da escravidão quando em certas ocasiões os escravos faziam suas festas, então eles formavam grupos e quebravam cocos para serem utilizados durante as danças, por isso chamavam essas danças de coco de roda.

Dança típica das regiões praieiras é conhecida em todo o Norte e Nordeste do Brasil. Alguns pesquisadores, no entanto, afirmam que ela nasceu nos engenhos, vindo depois para o litoral. A maioria dos folcloristas concorda, no entanto, que o coco teve origem no canto dos tiradores de coco, e que só depois se transformou em ritmo dançado. Há controvérsias, também, sobre qual o estado nordestino onde teria surgido, ficando Alagoas, Paraíba e Pernambuco como os prováveis donos do folguedo. O coco, de maneira geral, apresenta uma coreografia básica: os participantes formam filas ou rodas onde executam o sapateado característico, respondem o coco, trocam umbigadas entre si e com os pares vizinhos e batem palmas marcando o ritmo. É comum também a presença do mestre"cantadô" que puxa os cantos já conhecidos dos participantes ou de improviso. Pode ser dançado com ou sem calçados e não é preciso vestuário próprio. A dança tem influências dos bailados indígenas dos Tupis e também dos negros, nos batuques africanos. Apresenta, a exemplo de outras danças tipicamente brasileiras, uma grande variedade de formas, sendo as mais conhecidas o coco-de-amarração, coco-de-embolada, balamento epagode.

Os instrumentos mais utilizados no coco são os de percussão: ganzá, bombos, zabumbas, caracaxás, pandeiros e cuícas. Para se formar uma roda de coco, no entanto, não é necessário todos estes instrumentos, bastando às vezes as palmas ritmadas dos seus participantes. O coco é um folguedo do ciclo junino, porém é dançado também em outras épocas do ano. Com o aparecimento do baião, o coco sofreu algumas alterações.

Hoje os dançadores não trocam umbigadas, dançam um sapateado forte como se estivessem pisoteando o solo ou em uma aposta de resistência. O ritmo contagiante do coco influenciou muitos compositores populares como Chico Science e Alceu Valença, e até bandas de rock pernambucanas.

Além de Cabedelo existem várias outras regiões onde há esse tipo de dança com passos e gingados muitos diferentes dos que eram dançados no início e dos que são dançados aqui em nossa cidade.


Boi Formoso
Fundado em 22 de agosto de 1996.

A denominação desse grupo é Para-Folclórico, e foi organizado na Escola Municipal Major Adolfo Pereira Maia, a partir de uma pesquisa sobre Danças Folclóricas (Boi-Bumbá, o Boi de Parintins).

Esse grupo se baseou na dança Boi-de-Reis, que é originado da Cultura Afro-Brasileira na época da cana-de-açúcar, da escravidão, ou seja, no Período do Brasil Colônia. No início os escravos utilizavam um lençol estampado na cabeça, dando cabeçada nas pessoas que se defendiam com passos ritmados. Depois passaram a utilizar instrumentos de percussão como pandeiro e a rebeca (origem europeia).

Além de Cabedelo existem outras regiões onde há esse tipo de dança com outros nomes, por exemplo, em João Pessoa e Bayeux, estado da Paraíba, é chamado de Cavalo-Marinho ou Boi-de-Reis; em São Luís, estado do Maranhão, de Bumba-Meu-Boi, e em Parintins, estado de Manaus, é Boi-Bumbá.

O 1º nome dado a esse grupo foi Boi-Bumbá, posteriormente foi batizado de Boi Formoso em homenagem à Praia Formosa de Cabedelo.

Essa dança representa uma história da Cultura Popular, em que Catirina, grávida, tem desejos, por isso, pede a seu marido, o fazendeiro Benedito, a língua do Boi que ele mandou comprar no Egito.

O que motivou a criação desse grupo foi o resgate da Cultura do Boi-de-Reis em Cabedelo, afim de não a deixar desaparecer.


Fontes:
www.prac.ufpb.br
dancasfolcloricas.blogspot.com
basilio.fundaj.gov.br
ensinandoeaprendendopb.blogspot.com
wikipedia

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