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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Parque da Lagoa Sólon de Lucena, na cidade de João Pessoa

O Parque da Lagoa Sólon de Lucena, na cidade de João Pessoa, é mais conhecido por apenas, Lagoa

Lagoa da cidade João Pessoa, com as palmeiras
 imperiais em primeiro plano (06/2016)
É um dos espaços mais bonitos, e, um dos maiores símbolos da cidade, capital do estado brasileiro da Paraíba, características que fazem dele um reconhecido cartão postal. O parque é uma das três maiores áreas verdes da zona central da cidade, juntamente com o Parque Arruda Câmara e a Praça da Independência, que ficam a pouca distância.

É também uma das referências históricas, urbanísticas e culturais de João Pessoa, motivo pelo qual desde 1980 é um património da cidade protegido por lei.

Por ser um lugar central da cidade, neste espaço acontecem com frequência diversas actividades sociais e culturais.

O Parque da Lagoa é composto por uma área verde e uma lagoa no centro. A lagoa tem uma forma circular e é cercada por palmeiras imperiais. O espelho de água é rodeado de espaços verdes com grama, ipês, paus-brasil, acácias e outras árvores típicas da Mata Atlântica, que é a vegetação original de todo o litoral brasileiro. Todos os anos, entre os meses de setembro e novembro, os ipês florescem, e as suas copas frondosas ficam cobertas de lindas flores amarelas que,, ao caírem, cobrem o chão com um deslumbrante tapete de pétalas.


Para lá do anel de vegetação que rodeia toda a lagoa, já fora do parque, existem inúmeras lojas, restaurantes, shoppings, serviços e órgãos públicos que atraem diariamente a população. A pouca distância da Lagoa ainda se podem apreciar vários prédios de relevância histórica e cultural, alguns casarões antigos, igrejas e outros monumentos de interesse que são atractivos para quem visita a cidade. A sua centralidade faz da zona um local de intenso comércio. Ônibus de todos os bairros confluem para o local com um serviço ininterrupto.


Localização

O Parque da Lagoa fica no bairro Centro, a cerca de 6,5 km das praias e a 1,5 km do rio.
Vista aérea da Lagoa (2004)

Mapa parcial da cidade de João Pessoa. Destaque para o rio, a lagoa e as praias.

As origens
Até aos anos 20 do século XX o espaço era um ecossistema de terrenos alagadiços, composto de um pântano, diversa vegetação, uma lagoa formada pelas águas da chuva e diversos animais, dos quais se destacavam os irerês, uma espécie de marreco, ave aquática muito abundante naquela época na região e que escolhia este lugar para nidificar e alimentar. Em volta da lagoa existiam apenas propriedades rurais e algumas edificações afastadas. Durante a primeira metade do século XVIII o sitio da lagoa pertenceu aos jesuítas. Depois da sua expulsão, passou a ser propriedade de um comerciante português. No espaço também funcionou o "Engenho da Lagoa".

À medida que a cidade da Parahyba 1 (¹), actual João Pessoa, ía crescendo, a lagoa influenciava a sua expansão para leste, no sentido do mar, pois a oeste estava delimitada pelo rio Sanhauá, porque além de ser um obsctáculo natural, e por ser uma áreas de terrenos alagadiços e de águas paradas, eram um foco de possíveis epidemias. Só depois do saneamento gradual, durante os anos 20 e 30 do século XX, é que a população começou a ocupar essa área e a explorar o solo para fins agrícolas, mas que aos poucos foi dando lugar à cidade.
O Parque Sólon de Lucena nas décadas de 30 ou 40
Bando de irerês que ainda existiam na época

Em 1922, integradas num projecto mais amplo de criação de novos espaço públicos da então cidade da Parahyba, começaram as obras de saneamento, drenagem e paisagismo para transformar o pântano em um parque público de contemplação e de brincadeira para as crianças, segundo testemunhos. O lugar também passou a ser utilizado pelos militares para os seus treinos. Com as obras foi possível abrir espaço no matagal em redor para a construção de novos bairros, e, o consequente crescimento da cidade. Estas obras só foram concluídas no final da década de 30, do século XX. 

Um detalhe importante a destacra é que o projecto urbanístico e paisagístico do Parque Sólon de Lucena foi feito pelo famoso arquiteto e paisagista brasileiro Burle Marx,

Depois da inauguração (em 1939 ou 1940), outras obras, principalmente de manutenção, foram realizadas na Lagoa: em 1985, a recuperação e o reordenamento do espaço; em 2013, a recuperação das margens, novo calçamento e o desassoreamento do seu leito; e em 2016, em que foi realizada a maior intervenção arquitetónica e paisagística da sua quase centenária história.

Nota: (¹) João Pessoa teve vários nomes desde a sua fundação:
1585 (agosto) a 1585 (outubro) - Cidade Real de Nossa Senhora das Neves, ou apenas Cidade de Nossa Senhora das Neves. Nome dado pelos portugueses na fundação da cidade.
1585 (outubro) a 1634 - Cidade de Filipéia de Nossa Senhora das Neves. Nome dado pelos espanhóis em homenagem ao rei de Espanha.
1634 a 1654 - Frederikstad (em português, Cidade de Frederico ou Frederica). Nome dado pelos holandeses em homenagem ao rei holandês..
1654 a 1930 - Cidade da Parahyba. Nome dado pelos portugueses, inspirado no nome da capitania, que mais tarde deu o nome a todo o estado.
1930 até hoje - João Pessoa. Nome dado em homenagem ao político brasileiro.

Saiba mais sobre os nomes da cidade: A capital paraibana: Os seus nomes ao longo da história


Obras de 2016
Em 12 de Junho de 2016 o parque foi reinaugurado, depois de uma profunda intervenção arquitetónica e paisagística, a maior da sua história.. Os espaços verdes foram aumentados com mais plantas, e o transito, que antes circulava em um anel interno, entre a lagoa e os jardins, foi transferido para um anel externo ao parque. Com esta alteração o transito saiu de dentro do parque, passando a haver uma continuidade entre o espelho de água e o limite externo dos jardins, o que tornou o lugar muito mais bonito e agradável.
Pista para prática de esportes (06/2016)
Alé do desassoreamento do leito da lagoa, foi construido um túnel subterrâneo de 2 metros de diâmetro e 684 metros de comprimento que liga a lagoa aos dutos de drenagem já existentes na parte mais antiga da cidade de João Pessoa, que por sua vez despeja as águas no rio Sanhauá. Esta obra foi necessária para evitar o transbordo frequente das águas da lagoa na época das chuvas, e que tornavam a área envolvente à lagoa intransitável.

Foram criados novos espaços para promover os esportes e a cultura e a acessibilidade para deficientes foi melhorada. As grandes áreas gramadas são propícias para actividades ao ar livre como, a ginástica e o ioga. 

Playground para crianças com baloiços e caixas de areia, e para os mais velhos, parques com aparelhos de ginástica.

Mesas-tabuleiros para jogar xadrez e damas, várias praças com bancos de jardim à sombra de frondosas árvores, bicicletários, um deck, pedalinhos para passear na lagoa, WCs, posto de polícia.

Entre as inovações, incluem-se uma pista de cooper, bicicleta, patins e um parque radical e um paredão para fazer escalada.

O Parque da Lagoa, que já era um bom lugar para fazer caminhadas matinais e ao fim da tarde, ficou melhor e mais atractivo, atraindo centenas de pessoas para actividades fisicas.


Restaurante Cassino da Lagoa, um lugar histórico
(06/2016)
Tem uma pista em toda a volta do espelho de água, com um perímetro de 500 metros, excelente para andar de bicicleta e de patins ou skate.

Pista de cooper onde centenas de pessoas caminham durante todo o dia, mas principalmente de manhã e à tarde.

No centro da lagoa exite uma fonte luminosa iluminada com luzes multicoloridas e jatos de água. No Natal é instalada uma decoração especial que embeleza ainda mais o parque.

Foram instaladas novas escultura que se juntaram à já existente em homenagem a Ariano Suassuna e à sua obra Pedra do Reino.


As antigas barracas de comes e bebes deram lugar a modernos bares e restaurantes que dão apoio aos visitantes e às pessoas que durante o dia se deslocam ao centro da cidade para fazer compras nas dezenas de lojas que rodeiam o parque.

Um dos restaurantes mais tradicionais é o Cassino da Lagoa, um antigo casino transformado em restaurante.

Os nomes da lagoa ao longo do tempo
Até 1924 - Lagoa dos Irerês
De 1924 até 2016 - Parque Sólon de Lucena
Em 2016 - Parque da Lagoa Sólon de Lucena

Datas que marcaram a história da Lagoa
Até 1924 - Chamava-se "Lagoa dos Irerês" por causa dos irerês que frequentavam as suas águas. Ainda mantinha o ecossistema original composto de pântano, vegetação e diversos animais, de que se destacavam os marrecos irerês, ave aquática que aí se alimentava e nidificava. Existiam nas imediações da lagoa várias propriedades agrícolas, e foi durante um tempo parte de um sítio dos jesuítas franciscanos. No mesmo local funcionou um engenho, o "Engenho da Lagoa".
1924 - Passou a chamar-se, por decreto, Parque Sólon de Lucena, mas a população continuou a chamar de Lagoa.
1939 - Foi feito o calçamento dos anéis interno e externo, o saneamento das vias. O paisagismo foi projectado por Burle Marx. Durante esta obra foi instalada a fonte luminosa. Inauguração da obra.
1975 - 24 de agosto. Naufrágio no dia Dia do Soldado, aquando dos festejos dessa homenagem militar. 35 pessoas morreram afogadas quando a balsa em que estavam se afundou. A dimensão da tragédia marcou para sempre a história da cidade e do estado da Paraíba.
1980 - Foi tombado pelo IPHAEP - Instituto do Património Histórico e Artístico do Estado da Paraíba, logo, protegido por lei, por ser considerado um património histórico, urbanístico, e cultural
1985 - Obras de recuperação e reordenamento.
2013 - Obras de recuperação das margens e desassoreamento..
2016 - Grande intervenção arquitetónica e paisagística. Abertura de um túnel com 684 metros para drenagem da água da chuva que fazia a lagoa transbordar todos os anos durante a época das chuvas. Desassoreamento da lagoa. Foi a maior intervenção de sempre até esta data.


Curiosidades
Área: 150.000 m²
Profundidade: 3,50 m


Distâncias
Da Lagoa às praias : 6,5 km
Da Lagoa ao rio: 1,5 km


Fotos do Parque da Lagoa Sólon de Lucena

A Lagoa de João Pessoa (2012)







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