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sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Diário do Ninho 154

A curta história do Ninho 154,
mas a longa vida dos seus filhos

O INÍCIO FOI ASSIM...
Tartaruga-de-pente adulta
Nome científico: Eretmochelys imbricata
Fonte: Projeto TAMAR
Tudo começou numa noite escura como a de hoje, 6 de maio de 2011, em meados dos anos 80, quando muitos de nós ainda não tínhamos nascido. Naquela noite, uma pequenina tartaruga-de-pente, com cerca de 4,7 cm de comprimento furou os 60 cm de areia que a separavam da nova vida, em direção ao céu, apenas iluminado pelas estrelas, e  quem sabe, talvez também pela lua. Saindo do ninho, juntamente com todos os seus irmãos e irmãs, onde o seu ovo incubou graças ao calor do sol durante quase dois meses, arrastou-se velozmente  pela areia em direção à luminosidade do horizonte e da espuma branca provocada pela rebentação das ondas, aventurando-se corajosamente num mar desconhecido e perigoso para nós humanos, mas que para o seu frágil corpo significa segurança. É neste novo lar que ela passará os próximos 20 ou 30 anos sem voltar a pisar solo firme.

Ela seria apenas uma de cada mil que nasceram, e que voltou à mesma praia que a viu nascer para fazer cumprir o maravilhoso ciclo da vida que a natureza impõe a todos os seres vivos.

O ovo de que ela nasceu, foi colocado pela sua mãe numa noite igual a esta e nesta mesma praia, assim como trinta anos antes a sua avó também veio a esta praia para desovar num ninho de areia. É muito difícil não nos emocionarmos ao pensar que este ciclo infinito, que ocorre desde tempos imemoriáveis, e muito antes do homem aparecer à face da terra, pode desaparecer a curto prazo por causa da incúria do ser humano.

Durante os próximos dois meses irei acompanhar este ninho até ao nascimento da nova geração de tartarugas paraíbanas.

O porquê do nome "Ninho 154"
Todos estão a pensar porque esta história tem o nome de Ninho 154. Bom, é bem simples: esse é o número sequencial atribuído pela ONG Guajiru a este ninho, pois ele foi o número 154 registrado na temporada de desova de 2010/2011. Este período vai de setembro a maio do ano seguinte.

Como acompanhar a história do ninho
A história deste ninho de tartaruga-de-pente será escrita neste diário, onde, quem quiser (amantes da natureza, simples curiosos, ou nem uma coisa nem outra), a poderá acompanhar. O ápice desta história, e esperamos que seja como desejamos, será o nascimento das tartaruguinhas entre os dias 19 de junho e 4 de julho de 2011.

Quem quiser presenciar este momento especial, poderá fazê-lo de várias formas:
- seguir este blog
viveremjoaopessoa.blogspot.com,
- seguir o twitter @ViverJoaoPessoa,
- enviar um email para viveremjoaopessoa@hotmail.com a solicitar mais informações,

- ou entrar em contato com a ONG Guajiru, para o email:
contato@guajiru.com.br ou pelo telefone (83) 9129 7496.

APELO
As tartarugas marinhas estão em vias de extinção, causada principalmente pela atividade humana, tanto no mar com a pesca criminosa e a poluição das áreas de alimentação, como em terra com a destruição do seu habitat natural de reprodução. Infelizmente poucas são as pessoas que tomam atitudes práticas para fazer mudar esta situação. Preservar o habitat (marítimo e terrestre) das tartarugas marinhas, é o mesmo que preservar o ambiente que nos rodeia. Não podemos esperar que os outros façam por nós aquilo que é para o nosso próprio bem, e, em última análise, para o bem de todos. Temos que agir individualmente. Se cada um de nós ajudar a ONG Guajiru, o resultado será motivo de grande orgulho, pois saberemos que estamos a ajudar a salvar da extinção um ser vivo incrível que é a tartaruga marinha de Intermares. Para ajudar basta contatar a ONG Guajiru pelo email contato@guajiru.com.br pelo telefone (83) 9129 7496.

Sugestões para ajudar: trabalho voluntário, donativos em dinheiro depositados numa conta da ONG, adoção de ninhos, oferta de material publicitário (adesivos, camisas, etc), oferta de material para proteção dos ninhos (placas em acrílico para identificação do ninhos, redes, madeira), ou, fazer uma coisa bem simples e sem custo: difundir este apelo por todos os seus amigos e conhecidos encaminhado o link deste blog.

A natureza e os seres vivos que nos rodeiam são um património incomensurável que urge proteger e preservar. Se deixarmos que estas tartarugas desapareçam da face da Terra, será um erro irreparável, porque a ciência dos humanos não é capaz de repor uma espécie extinta. Será tanto mais triste e frustrante porque significará a extinção para sempre de um ser vivo único que levou milhões de anos para evoluir, e que nunca mais haverá outro igual.
Não deixe que isto aconteça. 
Contate agora mesmo a ONG Guajiru, pessoalmente no Bar do Surfista em Intermares, pelo email contato@guajiru.com.br , ou pelo pelo telefone (83) 9129 7496.



O Diário do Ninho 154

1º Dia
6 de maio de 2011
sexta, 22h45min

Por respeito à privacidade da Dona Tartaruga
não mostramos os detalhes da desova
Fonte: Projeto TAMAR
A Postura - Hoje à noite, na praia de Intermares, a poucos metros da sede da ONG Guajiru, (cujo trabalho é preservar a vida marinha, principalmente das tartarugas marinhas), uma tartaruga-de-pente, de aproximadamente 25 anos de idade, depois de percorrer centenas, ou quem sabe milhares de quilómetros, saiu do mar de águas revoltas pela primeira vez na sua vida, e, esforçadamente, arrastou-se por quase 40 metros areia acima. Ofegante, a tartaruga abriu um buraco de mais ou menos 50 cm de profundidade onde depositou cerca de 150 ovos. Este número é uma estimativa, pois não foi possível fazer a contagem com exatidão. Feito isto, e utilizando as nadadeiras traseiras ela tapou com areia o buraco com os ovos dentro. De imediato, e sem que nada a pudesse deter, ela arrastou-se de novo, agora no sentido do mar, onde desapareceu nas águas escuras. O momento da postura é o único contato que a mãe tartaruga terá com os seus descendentes. Como estamos em maio, é possível que esta seja a última postura desta tartaruga, pois já estamos no final da temporada de reprodução das tartarugas marinhas. Talvez tenha sido a segunda ou terceira vez que esta tartaruga veio esta temporada, a esta mesma praia, colocar os ovos. E será sempre nesta praia e em nenhuma outra praia do mundo, porque ela, como todas as tartarugas marinhas, voltam sempre, desde os primórdios dos tempos, à mesma praia que as viu nascer para colocar os ovos.


2º Dia
7 de maio de 2011
sábado, 07h30min

Rede de proteção
 e da placa de identificação
Colocação da Proteção - Hoje, bem cedo, os voluntários da ONG Guajiru colocaram uma rede de proteção para proteger o ninho e uma placa que o identifica, com um número e a data da postura. Este procedimento é repetido em todos os ninhos logo após a postura.

Esta operação é fundamental para garantir que os animais (principalmente cães), não destruam os ninhos. Serve também para evitar que as pessoas pisem a areia em cima do ninho, comprimindo-a de tal forma que impossibilitaria que as tartarugas subissem à superfície e morressem sufocadas a meio da subida. Até agora tudo está normal.

Este ninho foi adotado pelo autor deste blog. Só aguardo que me seja entregue o certificado de adoção para formalizar o ato. Alguém quer adotar um ninho também?


3º Dia
8 de maio de 2011
domingo, 11h20min

Hoje voltei ao ninho só para ver se estava tudo bem. E estava. Os ovos dormiam tranquilamente. :)

Exemplo de ovos de tartaruga-de-pente
Fonte: Projeto TAMAR
O início da incubação - Agora que os ovos estão enterrados na areia começa o período de incubação, que levará de 45 a 60 dias. O que faz os filhotes se desenvolverem dentro do ovo é o calor da areia. O embrião desenvolve-se a uma temperatura média de 30 ºC. Temperaturas acima de 30 ºC produzem mais fêmeas, abaixo dos 30 ºC, nascem mais machos.

Os ovos da tartaruga-de-pente são redondos como bolas de ténis de mesa. A foto ao lado foi tirada do site do Projeto TAMAR porque é EXPRESSAMENTE proibido fotografar, filmar ou aproximar-se de uma tartaruga aquando do momento da desova.


4º Dia
9 de maio de 2011
segunda, 21h15min

Não fui ver o ninho, mas informaram-me que a visita de rotina que os voluntários da ONG Guajiru faz diariamente, não notou nada de anormal.

Já fiz algumas referências ao Projeto TAMAR, sem explicar o que é. Nas linhas seguintes explicarei o que é:

Logo do
Projeto TAMAR

O Projeto TAMAR - O nome Tamar foi criado a partir da combinação das sílabas iniciais das palavras tartaruga marinha, e designa o Programa Brasileiro de Conservação das Tartarugas Marinhas. Este projeto foi criado em 1980 pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, antecessor do IBAMA. É reconhecido internacionalmente como uma das mais bem sucedidas experiências de conservação marinha e serve de modelo para outros países.

A principal missão do TAMAR é a pesquisa, conservação e manejo das 5 espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção. São 1.100km de praias protegidas com 23 bases mantidas em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanço, tanto no litoral como nas ilhas oceânicas, em nove Estados brasileiros. Infelizmente a Paraiba não está incluída entre eles.


5º Dia
10 de maio de 2011
terça, 22h05min

Ontem falei do Projeto TAMAR, mas estarei a ser muito injusto se não falar também da ONG Guajiru. Afinal é graças a ela, na pessoa da Dra. Rita Mascarenhas, que estou a fazer este diário.
Logo do Projeto Tartarugas Urbanas
da Associação Guajiru

 
A ONG Guajiru - Esta ONG desenvolve o Projeto Tartarugas Urbanas (PTU) que tem como objetivo a proteção de áreas de alimentação e reprodução de tartarugas marinhas (animais ameaçados de extinção) em praias urbanizadas da Grande João Pessoa.

Desde sua criação em 2002, já foram obtidos os seguintes resultados:
- cerca de 700 ninhos protegidos de quatro espécies de tartarugas marinhas, tendo a tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata) como a principal,
- mais de 76 mil filhotes protegidos e liberados no mar,
- rede de resgate de tartarugas doentes, com tratamento e liberação de  animais,
- mais de 800 palestras para escolas, faculdades e público em geral, com foco direto sobre as tartarugas marinhas seu ambiente e qualidade de vida de seres humanos,
- início da marcação com anilhas das fêmeas que desovam nas nossas praias, como parte do Projeto de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas da UFPB.

No seu trabalho diário inclui-se também o monitoramento de 7 km de praias, acompanhamento dos ninhos, filhotes e dos animais doentes.

Escolas e estudantes procuram a ONG, solicitando orientação na execução de atividades relacionadas à conservação e conhecimento do meio ambiente, como por exemplo feiras de ciência e mesas redondas.

Guias de turismo incluíram em seu roteiro as atividades da ONG, levando muitos turistas por dia, para conhecerem a instituição e os seus projetos, onde recebem palestras de educação ambiental totalmente gratuitas.

Uma linha de telefonia móvel (83) 9129 7496 (SOS TARTARUGAS) foi disponibilizada, para a qual as pessoas, Polícia Militar, Polícia Florestal e órgãos ambientais municipais, estaduais e federais ligam para pedirem informações, fazerem denúncias, solicitar ajuda, e assistirem aos nascimentos dos filhotes. Essa linha também serve para informar ocorrências de desova ou morte de tartarugas.

No entanto, o maior sucesso das atividades da ONG é a mudança provocada no entorno, nas comunidades diretamente envolvidas. Muitas destas mudanças são sutis, pontuais, que vão da preocupação em relação à praia e sua fauna e flora, até ao desenvolvimento de um profundo respeito e carinho para com as tartarugas, passando por questões mais globais, como a destinação do lixo a as alterações climáticas.


6º Dia
11 de maio de 2011
quarta, 20h55min

Hoje à tarde passei pelo ninho e reparei que a areia estava toda ensopada, em consequência da chuva forte que caiu hoje de madrugada. Tanta chuva é motivo de preocupação porque a água em excesso não se infiltra no solo e afogará literalmente os embriões dentro dos ovos. O desenvolvimento dos filhotes só acontece porque entra ar através da casca porosa dos ovos. Se os ovos estiverem ensopados, o intercâmbio gasoso não se dará e os filhotes acabarão por morrer por falta de ar.


7º Dia
12 de maio de 2011
quinta, 22h30min

Bom, como é fácil imaginar, acompanhar um ninho, ainda por cima subterrâneo, não é a coisa mais interessante do mundo. Por isso, a partir hoje, todos os dias tentarei tratar de um tema diferente relacionado com a vida das tartarugas marinhas. Se algum dos meus estimados leitores quiser enviar sugestões sobre temas, ou mesmo participar no diário, poderá fazê-lo enviando um email para viveremjoaopessoa@hotmail.com.


8º Dia
13 de maio de 2011
sexta, 12h30min

Ciclo de vida das tartarugas marinhas - As tartarugas marinhas apresentam um ciclo de vida complexo, utilizando diferentes ambientes ao longo da vida, o que implica em mudança de hábitos. Embora sejam marinhas, utilizam o ambiente terrestre (praia) para desova, garantindo o local adequado à incubação dos ovos e o nascimento dos filhotes.


Ciclo de vida das tartarugas marinhas
Fonte: Projeto Tamar
Ao nascerem, as tartaruguinhas rumam imediatamente para o alto-mar, onde atingem zonas de convergência de correntes que formam grandes aglomerados de algas (principalmente sargaços) e matéria orgânica flutuante. Nestas áreas, que formam um verdadeiro ecossistema, os filhotes encontram alimento e proteção – e assim permanecem, por vários anos, migrando passivamente pelo oceano.

Algumas espécies podem permanecer no ambiente pelágico por toda a vida, como a tartaruga de couro (Dermochelys  coriacea). Outras passam a fase juvenil em regiões costeiras ou insulares, alimentando-se de organismos bentônicos até atingir a maturação sexual.

Embora espécies como a tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea) atinjam a maturidade entre 11 e 16 anos, as demais só se tornam adultas entre os 20 e 30 anos. A partir daí, passam a viver em áreas de alimentação, de onde saem apenas na época da reprodução, quando migram para as praias onde nasceram.

A época de desova é regida principalmente pela temperatura, ocorrendo nos períodos mais quentes do ano. No litoral brasileiro, acontece entre setembro e março, com variação entre as espécies. Nas ilhas oceânicas, entre janeiro e junho, registrando-se somente desovas da espécie verde (Chelonia mydas).


9º Dia
14 de maio de 2011
sábado, 12h30min

Cópula
Fonte: Projeto Tamar
Acasalamento - O acasalamento das tartarugas marinhas dá-se quando as fêmeas atigem a maturidade sexual entre os 20 e os 30 anos de idade. Acontece no oceano, tanto em águas profundas como perto da costa, muitas vezes próximo das áreas de desova. Ao contrário de muitas espécies animais, as fêmeas são maiores que os machos. Quando a fêmea e o macho se encontram, o namoro começa com mordidas no pescoço e nos ombros. Para concretizar a cópula, que pode durar horas, o macho agarra-se à fêmea sobre o casco utilizando as longas garras das nadadeiras anteriores. Apesar dos machos brigarem pela mesma fêmea, ela pode ser fecundada por vários deles. A fecundação é interna.


10º Dia
15 de maio de 2011
domigo, 22h00min

Chegada à praia
Fonte: Projeto Tamar
Seleção das praias - As tartarugas preferem praias desertas com trechos de areia longe da ação das marés para construir a cama e o ninho. A desova acontece geralmente ao anoitecer quando a temperatura é mais baixa, pois durante o dia o calor da areia dificulta a postura. Além disso, o escuro da noite protege-as dos predadores.






11º Dia
16 de maio de 2011
segunda, 23h35min

Fazendo a cama
Fonte: Projeto Tamar
Cama - É o nome que se dá ao espaço de aproximadamente dois metros de diâmetro que as tartarugas fêmeas fazem com as nadadeiras anteriores ao remover uma grande quantidade de areia. Elas podem fazer várias camas até encontrar o lugar mais adequado para fazerem o ninho e colocar os ovos.







12º Dia
17 de maio de 2011
terça, 23h50min

Ninho e postura - Depois de feita a cama, e utilizando as nadadeiras posteriores, fazem um buraco para o ninho com aproximadamente 50cm de profundidade. A profundidade do ninho varia conforme a espécie. Dependendo da espécie, as tartarugas marinhas realizam de 3 a 13 desovas por temporada de reprodução, com intervalos que variam de 9 a 21 dias entre cada postura. Colocam em média 120 ovos em cada ninho. Os ovos de casca calcária, são brancos, esféricos, e têm o tamanho de uma bola de ténis de mesa.


13º Dia
18 de maio de 2011
quarta, 18h45min

Incubação - Concluída a postura a fêmea volta imediatamente para o mar. A partir daqui o ninho ficará entregue a si mesmo, sem que nada nem niguém o proteja de eventuais predadores ou fenómenos da natureza. O desenvolvimento dos embiões dentro dos ovos faz-se através do calor da areia. E será o calor que irá determinar o sexo dos filhotes: temperaturas acima de 30 ºC produzem mais fêmeas, equanto temperatuas abaixo de 29 ºC dão origem a mais machos.


14º Dia
19 de maio de 2011
quinta, 22h30min

Nascimento - Os filhotes ropem os ovos e nascem após um período de incubação que varia de 45 a 60 dias, dependendo do calor do sol. Os filhotes emergem em conjunto, em movimentos sincronizados, retirando a areia, até alcançarem a superfície do ninho. Em grupo, correm de imediato para o mar. A saída do ninho acontece quase sempre à noite, estimulada pelo resfriamento da areia. Nessa hora, são menores as possibilidades de serem atacados por predadores. Eventualmente, num ia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia, em consequência do resfriamento da areia. Para chegar ao mar, os filhotes de tartaruga orientam-se pela luminosidade do horizonte.


15º Dia
20 de maio de 2011
sexta, 21h15min

SobrevivênciaA única atitude das fêmeas para proteger os filhotes é a camuflagem do ninho, após a postura. As tartaruguinhas já nascem independentes, mesmo sendo tão pequenas e frágeis, medindo apenas entre 3,5cm e 4cm de comprimento de casco. Muitas são devoradas por siris, aves marinhas, polvos e principalmente peixes. Outras morrem de fome e doenças naturais. Estima-se que, de cada mil filhotes, apenas um ou dois atingem a idade adulta. Mas, quando isso acontece, poucos animais conseguem ameaçar as tartarugas, à exceção de tubarões, orcas - e o homem.


16º Dia
21 de maio de 2011
sábado, 22h25min

Hoje foi um dia especial. Recebi da Associação Guajiru o certificado ofical de adoção de um ninho de tartaruga marinha, o já famoso Ninho 154. :)

Já agora, queria aproveitar para pedir a quem ler este post que adote também um ninho de tartaruga marinha, ou, envie este pedido a todos os amigos ou empresas que eventualmente o queiram fazer.

Poderá fazê-lo entrando em contato com a ONG Assoiação Guajiru, através do email contato@guajiru.com.br ou pelo telefone (83) 9129 7496, e falar com a Dra Rita Mascarenhas.


17º Dia
22 de maio de 2011

A partir de hoje vou esperar.
Só voltarei a escrever sobre o Ninho 154 se acontecer algo de novo.
........

53º Dia
27 de junho de 2011
segunda, 20h37min

FINALMENTE!!!!!
Recebi um email da Dra. Rita Mascarenhas, a responsável pela ONG Guajiru, a informar-me que tinham começado a monitorar o Ninho 154. Quer dizer que o nascimento das tartaruguinhas está para breve.

 
54º Dia
28 de junho de 2011
terça, 10h15min

Visitei a sede da ONG Guajiru em Intermares e falei pessoalmente com a Dra. Rita. Fui informado que, em virtude do tempo muito chuvoso e da temperatura muito baixa durante o período de incubação, o nascimento das tartarugas deve ser mais tarde que o costume.

Entretanto o ninho será monitorado de 3 em 3 dias para acompanhar a subida das tartarugas para a superfície e saber a data do nascimento.

........

67º Dia
11 de julho de 2011
segunda, 10h00min

Hoje de manhã passei na ONG e acompanhei o monitoramento do ninho. As tartarugas estavam prontas para nascer. O nascimento ficou marcado para logo à tarde às 15h30m.





11 de julho de 2011
segunda, 15h30min

Chegou o momento tão esperado. Agora vai ser o nascimento das tartarugas do Ninho 154. O nascimento vai ser provocado por um método chamado "cesariana de areia", que consiste em antecipar o nascimento natural abrindo um buraco na areia com as mãos e retirar as tartarugas, uma a uma. Infelizmente estas tartarugas de Intermares jamais poderão nascer de forma natural por causa da urbanização envolvente e da iluminação artificial. 

Normalmente, as tartarugas nascem à noite e são atraídas pelo brilho da lua e pelo branco da espuma das ondas para entrarem no mar. Se o nascimento fosse à noite elas seriam atraídas pelas luzes dos carros e dos postes de iluminação e, em vez de se dirigirem para  o mar, caminhariam em sentido contrário e morrerriam. 

Felizmente que existem pessoas como a Dra. Rita Mascarenhas que amam a natureza e tudo fazem para as tartarugas de Intermares não desapareçam. Que pena as autoridades não perceberem a importância ecológia e o potencial turístico deste presente que a natureza deu a todos nós residentes de Intermares, e não só.

O resultado final do ninho foi:
Vivos (nascidos): 127
Mortos: 03
Ovos não fecundados: 29
Total de ovos: 159






















 
Agradecimentos:
Quero agradecer, de forma muito sincera, a atenção e solicitude da Dra. Rita Mascarenhas e de toda a sua Equipe de Voluntários, por me terem proporcionado momentos tão emocionantes e gratificantes. Sem eles eu nunca teria conseguido fazer este Blog.
Obrigado e parabéns pelo excelente trabalho.


APELO
Não posso deixar de repetir este apelo: Ajudem a ONG Guajiru, pois ela precisa muito do apoio de todos nós. Também poderão ajudar a ONG e as tartarugas de Intermares divulgando este blog. Basta copiar o link e enviar para todos os vossos amigos. As tartarugas irão agradecer. MUITO.

Contatos da ONG Guajiru:
Email contato@guajiru.com.br 
Telefone (83) 9129 7496, e falar com a Dra Rita Mascarenhas.


Fontes:
Associação Guajiru, Dra. Rita Mascarenhas
Projeto Tamar
Alguns textos e fotos são do autor deste blog

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